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Foto do escritorBruna Fernandes Bacharel

Bolsonaro assina prorrogação de programa que corta salário e jornada

Permissão para empresas reduzirem salários temporariamente está valendo desde 1º de abril


O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta segunda-feira (24) decreto que prorroga por mais dois meses o programa de suspensão de contratos de trabalho e corte de jornada e salário.​


Bolsonaro afirmou que, apesar de o país ter registrado geração de empregos em julho, certos setores ainda estão com dificuldades em retomar 100% de suas atividades.

Para o governo, a prorrogação é necessária diante do cenário de incertezas geradas pela pandemia do coronavírus, sobretudo pela permanência de medidas de isolamento em vários municípios.


A medida vai permitir, na visão do Planalto, que as empresas que estão em situação de vulnerabilidade possam continuar sobrevivendo durante a pandemia de forma a preservar postos de trabalho e projetar uma melhor recuperação econômica.


Pelas regras do programa, o governo complementa uma quantia ao funcionário inserido no programa. Mais de 16 milhões de trabalhadores já foram inseridos na medida.

O anúncio foi feito por Bolsonaro em uma rede social. Ele postou vídeo com o ministro Paulo Guedes (Economia) e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.


“Acabei de assinar um decreto prorrogando por dois meses um grande acordo, onde o governo entra com parte do recurso, de modo que nós vem a preservar 10 milhões de empregos. É isso mesmo?”, questionou Bolsonaro.


A informação foi confirmada por Guedes. “É isso mesmo, são 10 milhões de empregos”, afirmou o ministro da Economia.


A medida já foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) nesta segunda-feira (24).


A iniciativa é tomada mesmo após o mercado de trabalho brasileiro registrar um saldo líquido de 131 mil contratações em julho, segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia. Esse foi o primeiro resultado positivo após quatro meses.


O saldo (resultado de 1.043.650 admissões e 912.640 desligamentos) interrompe a série de demissões líquidas iniciadas em março, com o início dos efeitos da pandemia no país e as medidas de isolamento social, e em trajetória de redução desde abril.


Em maio, foram cortadas 263 mil vagas (considerando também dados entregues fora do prazo). Em abril, foram 927 mil vagas a menos. Em maio, corte de 355 mil postos. E em junho, menos 19 mil.


Técnicos da equipe econômica afirmam que o programa teve papel fundamental para preservar empregos e evitar uma destruição maior do cenário de mercado de trabalho no país.


Bruno Ottoni, pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e da consultoria Idados, afirmou que a prorrogação do programa sinaliza que o governo teme que o fim do programa gere demissões.


“Muitos desses contratos firmados pelo programa iam vencer a partir de outubro, o que poderia começar a gerar dados ruins no fim do ano”, disse. “No fundo, o programa está ajudando. E isso está fazendo com que as empresas não precisem arcar com os custos de demitir esses trabalhadores”, afirmou.


Conforme mostrou a Folha, outros especialistas avaliam que o programa ajudou a estancar as demissões nos primeiros meses da pandemia, mas que o fim do período de estabilidade previsto no acordo pode levar a um boom de cortes no final do ano.


Para Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, a iniciativa do governo foi efetiva no curto prazo para estancar as demissões nos primeiros meses de impacto da pandemia. “A grande questão é o médio prazo e 2021, porque você terá um esvaziamento dessas medidas”, diz.


Ele alerta que, com a crise fiscal e o crescimento potencial econômico menor, será um desafio manter os empregos preservados nesse período e gerar novos postos.

A medida, que entrou em vigor em abril, permitiu originalmente a empresas suspender o contrato de trabalho ou reduzir a jornada e o salário em acordo com os trabalhadores por até 90 dias. O programa, que entrou em vigor em abril, permitiu originalmente a empresas suspender o contrato de trabalho ou reduzir a jornada e o salário em acordo com os trabalhadores por até 90 dias.


Decreto posterior do Executivo permitiu a extensão, totalizando até então 120 dias para o programa. Com a nova prorrogação, o prazo total passa a ser de seis meses.


Fonte: Folha de São Paulo, por Fábio Pupo, 24.08.2020


Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal de Wagner Miranda Sociedade de Advogados.

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